A vasectomia é um procedimento cirúrgico que consiste na ligadura dos canais deferentes, responsáveis por transportar os espermatozóides produzidos pelos testículos até a uretra.
Essa ligadura impede a passagem dos espermatozóides, tornando o homem estéril. Embora seja uma forma eficaz de contracepção masculina, muitas pessoas têm dúvidas sobre o procedimento e se os planos de saúde cobrem sua realização.
O que é vasectomia?
A vasectomia é um método permanente de contracepção para homens. Esse procedimento cirúrgico é bastante simples e pode ser realizado no consultório médico ou no hospital.
Normalmente, é feito com anestesia local, o que significa que você estará acordado, mas não sentirá dor durante o procedimento. O médico fará uma pequena incisão na pele do escroto para acessar os canais deferentes. Em seguida, esses canais são cortados, ligados ou obstruídos usando diferentes técnicas, como cauterização ou sutura.
É importante lembrar que a esterilização não é instantânea após a vasectomia. Leva algum tempo para que todos os espermatozoides remanescentes sejam eliminados do sistema reprodutor.
Por isso, é fundamental usar outro método contraceptivo nos primeiros meses após a cirurgia, até que seja confirmada a ausência de espermatozoides no sêmen por meio de exames de acompanhamento. Esteja tranquilo, a vasectomia é um procedimento seguro e eficaz para quem busca uma forma permanente de contracepção.
Quem pode fazer a vasectomia?
Se você está pensando em ter mais controle sobre sua fertilidade, há uma boa notícia! Recentemente, o Ministério da Saúde atualizou as regras para a realização da vasectomia, tornando o processo mais acessível.
A idade mínima para realizar o procedimento, que costumava ser 25 anos, agora foi reduzida para 21 anos, aplicando-se a pessoas com plena capacidade civil. Além disso, uma mudança positiva é que não é mais necessário obter a autorização do cônjuge, o que era uma exigência anterior.
A vasectomia, geralmente recomendada para quem já tem filhos e não planeja ter mais, agora destaca-se como uma decisão consciente e compartilhada entre parceiros. Embora seja crucial que a escolha seja feita de maneira consciente, a necessidade prévia de autorização do cônjuge não é mais um obstáculo. Essa mudança visa facilitar o acesso e permitir que a decisão sobre a vasectomia seja tomada de forma mais tranquila e individual.
Como funciona a vasectomia?
Passar por uma vasectomia pode soar como um procedimento complexo, mas na verdade, é relativamente simples e muitas vezes é realizado no consultório médico ou em uma clínica especializada.
Durante o procedimento, o paciente recebe anestesia local, o que significa que fica acordado, mas sem sentir dor. O médico realiza pequenas incisões na pele do escroto para acessar os canais deferentes, onde os cortes, ligações ou obstruções acontecem para interromper o caminho dos espermatozoides. Surpreendentemente, o procedimento dura apenas de 20 a 30 minutos e geralmente não requer internação.
Após a vasectomia, é normal sentir um leve desconforto na região escrotal, mas isso pode ser aliviado com analgésicos e compressas frias. Recomenda-se evitar atividades físicas intensas e relações sexuais nos primeiros dias para garantir uma recuperação adequada.
Importante lembrar que a vasectomia não é efetiva imediatamente; exames de espermograma são necessários para confirmar a ausência de espermatozóides no ejaculado, o que geralmente ocorre algumas semanas ou meses após o procedimento.
É crucial que o paciente esteja ciente de que a vasectomia é um método contraceptivo permanente. Caso haja arrependimento no futuro, a reversão pode ser um processo complexo e nem sempre bem-sucedido.
Antes de decidir pela vasectomia, é altamente recomendável ter uma conversa aberta com o médico, esclarecendo dúvidas e considerando todas as opções contraceptivas disponíveis. O profissional de saúde será capaz de fornecer informações detalhadas sobre os benefícios, riscos e possíveis efeitos colaterais da vasectomia, ajudando na tomada de uma decisão consciente.
Vasectomia é reversível?
Embora a vasectomia seja geralmente vista como um procedimento permanente, é importante destacar que, em alguns casos, é possível reverter a ligadura dos canais deferentes.
A reversão da vasectomia, conhecida como vasovasostomia, é uma cirurgia mais complexa e não garante sempre a recuperação da fertilidade. Antes de optar pela vasectomia, é crucial avaliar cuidadosamente se a decisão é definitiva.
O procedimento de vasovasostomia busca restabelecer a passagem dos espermatozóides pelos canais deferentes, permitindo a possibilidade de gravidez natural. Durante a cirurgia, o urologista remove a área onde os canais deferentes foram ligados na vasectomia original e os reconecta para permitir o fluxo de espermatozoides novamente.
Entretanto, é essencial ressaltar que a reversão da vasectomia não garante a recuperação da fertilidade. O sucesso da vasovasostomia varia de acordo com vários fatores, como o tempo decorrido desde a vasectomia original, a presença de anticorpos contra os espermatozóides e a idade do paciente.
Em alguns casos, mesmo após a reversão, a fertilidade pode não ser completamente restabelecida. Além disso, a vasovasostomia é mais complexa e invasiva que a vasectomia original, exigindo habilidades cirúrgicas avançadas e podendo apresentar riscos como infecção, sangramento e dor pós-operatória.
Portanto, antes de decidir pela vasectomia, é essencial conversar com um urologista especializado para entender todas as opções disponíveis, incluindo a possibilidade de reversão no futuro. Aspectos como o desejo de ter filhos posteriormente, a estabilidade do relacionamento e a saúde geral devem ser cuidadosamente considerados antes de optar por um procedimento permanente como a vasectomia.
Quanto custa uma vasectomia?
O custo da vasectomia pode variar dependendo do local onde é realizada e da cobertura do plano de saúde. Em geral, o custo da cirurgia de vasectomia pode variar entre R$1000 e R$10.000.
Além do custo da cirurgia em si, é importante considerar outros fatores que podem influenciar no valor final. Por exemplo, alguns médicos podem cobrar uma taxa de consulta inicial para avaliar a elegibilidade do paciente para a vasectomia.
Essa consulta geralmente envolve uma revisão do histórico médico, exames físicos e discussão sobre os riscos e benefícios do procedimento.
Outro fator a ser considerado é a necessidade de exames pré-operatórios, como exames de sangue e urina, que podem ser solicitados para garantir que o paciente esteja em boas condições de saúde antes da cirurgia. Esses exames podem ter um custo adicional, que deve ser levado em conta ao calcular o valor total da vasectomia.
Quais são os riscos da vasectomia?
Embora seja um procedimento seguro e amplamente praticado, como qualquer cirurgia, a vasectomia não está isenta de riscos e complicações. A seguir, exploramos os principais riscos associados a este procedimento.
Dor e desconforto:
É comum sentir dor e desconforto no local da cirurgia logo após o procedimento. Esses sintomas geralmente são leves e podem ser controlados com analgésicos e repouso.
Hematomas:
A formação de hematomas, ou acúmulo de sangue sob a pele, pode ocorrer no escroto. A maioria dos hematomas desaparecem por conta própria, mas em casos raros, pode ser necessária intervenção médica.
Infecção:
Embora raro, existe o risco de infecção no local da incisão. Sinais de infecção incluem vermelhidão, inchaço, dor intensa e febre. Antibióticos são geralmente eficazes no tratamento de infecções.
Sangramento:
Pequenos sangramentos internos podem ocorrer, causando hematomas ou inchaço. Sangramentos mais significativos são raros, mas podem necessitar de intervenção médica.
O plano de saúde cobra vasectomia?
Muitos planos de saúde cobrem o procedimento de vasectomia. No entanto, a extensão dessa cobertura pode variar de acordo com as regras e condições especificadas no contrato do plano.
Verificação de cobertura
É essencial que você entre em contato com a operadora do seu plano de saúde para obter informações detalhadas sobre as coberturas disponíveis para a vasectomia. Isso inclui verificar se o plano cobre não apenas o procedimento cirúrgico em si, mas também outros aspectos importantes, como:
Custos de internação: verifique se a cobertura inclui despesas hospitalares, caso a internação seja necessária;
Anestesia: confirme se os custos relacionados à anestesia estão incluídos;
Despesas adicionais: certifique-se de que outras despesas relacionadas à cirurgia, como exames pré-operatórios e cuidados pós-operatórios, sejam cobertas pelo plano.
Exigências de exames prévios
Algumas operadoras podem exigir a realização de exames prévios para avaliar a saúde do paciente e confirmar a necessidade da intervenção cirúrgica. Esses exames ajudam a garantir que o procedimento seja seguro e apropriado para o paciente.
O que fazer se o plano de saúde se recusar a cobrir a vasectomia?
Caso o plano de saúde se recuse a cobrir a vasectomia, é possível recorrer administrativamente e podemos te ajudar com isso!
Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) do Brasil, os planos de saúde devem cobrir procedimentos considerados essenciais para a preservação da vida, da saúde e da segurança do paciente. A lista de procedimentos obrigatórios que devem ser cobertos pelos planos de saúde é atualizada periodicamente pela ANS através do Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde, que encontra-se devidamente discriminado através da Resolução n° 465, de 24 de fevereiro de 2021.
No entanto, não basta haver previsão expressa quanto à sua cobertura na lista de procedimentos emitida pela ANS. A própria legislação traz certos critérios obrigatórios que o paciente deve cumprir e, caso não encontrem-se presentes, o procedimento não será custeado pelo plano de saúde.
Os referidos requisitos encontram-se devidamente elencados no ANEXO II da Resolução n° 465, de 24 de fevereiro de 2021 da ANS, que dispõe ser essencial que o paciente cumpra, de forma cumulativa, as seguintes características:
I- Tenha capacidade civil plena, isto é, sejam maiores de 18 anos, ou tenha sido adquirida ante a incidência de alguma das causas de emancipação;
II- Seja maior de 21 anos de idade, ou com pelo menos possua 02 (dois) filhos (redação dada pelo art. 10, I, da Lei 14.443/2022);
III – Necessária observância ao prazo mínimo de 60 (sessenta dias) entre a manifestação de vontade e o ato cirúrgico;
IV – Seja apresentado documento escrito e firmado, com a expressa manifestação da vontade da pessoa, após receber informações a respeito dos riscos da cirurgia, possíveis efeitos colaterais, dificuldades de sua reversão e opções de contracepção reversíveis existente;
V – O consentimento do cônjuge agora não é mais requisito essencial, nos termos da Lei 14.443 de 02/09/2022.
VI – seja realizado por profissional habilitado para proceder a sua reversão.
Segundo a própria Resolução Normativa, não basta apenas que o paciente preencha todos os requisitos descritos acima, se faz necessário, também, que encontrem-se ausentes as causas abaixo listadas:
I – Quando a manifestação de vontade expressa para fins de esterilização cirúrgica (vasectomia) ocorrer durante alterações na capacidade de discernimento por influência de álcool, drogas, estados emocionais alterados ou incapacidade mental temporária ou permanente;
II – Em pessoas incapazes, exceto mediante autorização judicial, regulamentada na forma da lei.
Assim, podemos concluir que, se o homem em questão preencher todas essas características indicadas pela ANS como obrigatórias, o plano não só pode, como deve, custear o procedimento de vasectomia sem qualquer percalço ao usuário, sob pena de ingresso com a demanda judicial cabível para sanar a abusividade por ele cometida.
É por causa disso que, na hipótese de se fazer necessário demandar a sua operadora de saúde judicialmente, o contato com um advogado especialista em direito da saúde de sua confiança é fundamental para o êxito da causa.
Outra opção é buscar informações sobre a possibilidade de aderir a um plano de saúde que cubra a vasectomia. Existem planos que oferecem cobertura para esse procedimento específico, o que pode ser uma alternativa para quem está enfrentando a recusa de cobertura pelo plano atual.
Além disso, é importante destacar que a vasectomia é um procedimento contraceptivo seguro e eficaz, que pode trazer diversos benefícios para a saúde e qualidade de vida dos homens. Portanto, é fundamental lutar pelos direitos e buscar as alternativas disponíveis para garantir o acesso a essa opção contraceptiva.
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Em resumo, a vasectomia é um procedimento de contracepção masculina que impede a passagem dos espermatozóides ao realizar a ligadura dos canais deferentes, tornando o homem estéril.
É importante destacar que os planos de saúde são obrigados a cobrir a vasectomia, desde que ela esteja incluída no rol de cobertura da ANS. Caso o plano se recuse a cobrir o procedimento, é possível buscar um recurso administrativo com o apoio de um advogado especializado em questões de saúde.