Trombofilia: o que é e como tratar?

Descubra as principais características da trombofilia e como realizar o seu tratamento.

A trombofilia é um distúrbio sanguíneo que aumenta a predisposição para a formação de coágulos dentro dos vasos sanguíneos. Esses coágulos podem causar complicações graves, como trombose venosa profunda, embolia pulmonar e aborto espontâneo. 

É essencial entender essa condição para diagnosticá-la corretamente e encontrar as opções de tratamento adequadas.

O que é trombofilia?

A trombofilia é uma condição em que o organismo possui uma tendência aumentada para formação de coágulos sanguíneos. Esses coágulos podem se desenvolver nas veias profundas das pernas, nos pulmões, no cérebro, no coração e em outros órgãos do corpo.

Essa condição pode ser hereditária, ou seja, passada de geração em geração dentro de uma mesma família. Também pode ser adquirida ao longo da vida, devido a fatores como obesidade, tabagismo, uso de anticoncepcionais hormonais e gravidez.

Existem diferentes tipos de trombofilia, sendo a mais comum a mutação do gene da protrombina e a mutação do gene do fator V de Leiden. Essas mutações genéticas aumentam a coagulação do sangue, o que pode levar a complicações graves, como trombose venosa profunda e embolia pulmonar.

 

Além disso, é importante ressaltar que a trombofilia pode ser assintomática em muitos casos, sendo descoberta apenas quando ocorre um evento trombótico. Por isso, é fundamental estar atento aos fatores de risco e buscar acompanhamento médico especializado para diagnóstico e tratamento adequado.

Quais são os sintomas da trombofilia?

Em muitos casos, a trombofilia pode não apresentar sintomas evidentes, especialmente em estágios iniciais. No entanto, quando os coágulos sanguíneos se formam e começam a obstruir o fluxo sanguíneo, podem surgir sintomas como:

  • Dor e inchaço: normalmente em uma perna (ou ambas), a área afetada pode parecer particularmente dolorida, tensa ou sensível ao toque;

  • Sensação de calor: o membro afetado pode ficar com um aspecto quente;

  • Endurecimento da veia: a veia onde o coágulo se formou pode ficar dura e palpável.

Em casos que evoluíram para embolia pulmonar, os sintomas são:

  • Dificuldade para respirar: início súbito de falta de ar, que geralmente se agrava com o esforço;

  • Dor no peito: pode ser aguda e piorar ao respirar fundo, tossir ou até mesmo se mover;

  • Tosse: tosse que pode produzir catarro sanguinolento;

  • Tontura: sensação de tontura devido à diminuição da oxigenação.

Trombofilia na gravidez

A trombofilia é uma condição que pode aumentar os riscos durante a gravidez, tornando o acompanhamento médico essencial para garantir a saúde da mãe e do bebê. Mulheres com histórico de trombofilia devem buscar orientação médica antes de engravidar, a fim de receber as recomendações adequadas e minimizar possíveis complicações.

Durante a gestação, é comum que seja indicado o uso de medicamentos anticoagulantes para reduzir a probabilidade de formação de coágulos sanguíneos, que podem representar um perigo para a saúde da mãe e do feto. 

Além disso, o acompanhamento médico regular e o monitoramento cuidadoso ao longo da gravidez e durante o parto são fundamentais para identificar precocemente qualquer complicação e agir de forma preventiva.

A trombofilia pode afetar a circulação sanguínea da gestante, aumentando o risco de complicações como pré-eclâmpsia, restrição de crescimento fetal e até mesmo aborto. Por isso, é crucial que as mulheres com essa condição sigam todas as orientações médicas, realizem os exames necessários e estejam atentas a qualquer sinal de alerta durante a gravidez.

Como tratar a trombofilia?

O tratamento da trombofilia visa, principalmente, prevenir a formação de coágulos sanguíneos e reduzir o risco de complicações associadas. O plano de tratamento pode variar de acordo com a causa da trombofilia e a gravidade dos sintomas.

Geralmente, os médicos recomendam uma combinação de medidas, incluindo:

  1. Uso de medicamentos anticoagulantes para afinar o sangue e prevenir a formação de coágulos;

  2. A prática de atividades físicas regularmente para melhorar a circulação sanguínea;

  3. O uso de meias de compressão para ajudar a prevenir a formação de coágulos nas pernas;

  4. Modificações na dieta para reduzir o consumo de alimentos que podem aumentar a coagulação sanguínea, como alimentos ricos em vitamina K;

  5. O controle do peso corporal, evitando a obesidade;

Além das medidas mencionadas, em alguns casos mais graves de trombofilia, pode ser necessária a realização de procedimentos cirúrgicos para remover coágulos existentes ou para implantar filtros de veia cava inferior, que ajudam a prevenir a migração de coágulos para os pulmões. Esses procedimentos devem ser realizados por profissionais especializados e em centros de saúde de referência.

O plano de saúde cobre exame de trombofilia?

A cobertura de tratamentos para trombofilia pelos planos de saúde pode variar de acordo com o tipo de plano e as diretrizes estabelecidas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). De acordo com a Resolução Normativa nº 465, de 24 de fevereiro de 2021, da ANS, os planos de saúde devem cobrir os tratamentos necessários para diversas condições, incluindo aquelas que envolvem risco à vida, como é o caso da trombofilia.

Os planos de saúde são obrigados a cobrir exames diagnósticos essenciais para a identificação da trombofilia. Isso inclui exames de sangue específicos, como:

  • Dosagem de Proteína C e S;

  • Antitrombina III;

  • Mutação do Fator V de Leiden;

  • Mutação da Protrombina G20210A.

Esses exames são fundamentais para um diagnóstico preciso e para a orientação adequada do tratamento.

O tratamento para trombofilia pode incluir o uso de anticoagulantes, que são medicamentos destinados a prevenir a formação de coágulos sanguíneos. Os planos de saúde devem cobrir o custo desses medicamentos quando prescritos por um médico. Além disso, o tratamento pode incluir acompanhamento médico regular, consultas com especialistas, como hematologistas, e exames de monitoramento para avaliar a eficácia do tratamento.

Caso a trombofilia leve a complicações mais graves, como a trombose venosa profunda ou a embolia pulmonar, os planos de saúde também devem cobrir o tratamento dessas condições. Isso pode envolver hospitalização, procedimentos cirúrgicos, terapias adicionais e cuidados intensivos.

Para mulheres grávidas com trombofilia, a cobertura do plano de saúde é ainda mais crucial, uma vez que a condição pode aumentar o risco de complicações durante a gestação. Os planos de saúde devem cobrir o acompanhamento pré-natal especializado, incluindo consultas frequentes, exames específicos e, se necessário, a administração de anticoagulantes durante a gravidez.

O que fazer se o meu plano de saúde negar o tratamento de trombofilia?

A primeira ação é compreender o motivo da negativa. As operadoras de planos de saúde devem fornecer uma justificativa por escrito explicando por que o tratamento foi negado. Isso pode incluir:

  • Alegação de que o tratamento ou medicamento não está previsto no rol de procedimentos obrigatórios da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);

  • Falta de documentação médica adequada;

  • Questionamentos sobre a necessidade ou eficácia do tratamento prescrito.

Peça ao seu médico um laudo detalhado que explique a sua condição, a necessidade do tratamento e os riscos associados à falta de tratamento adequado. Este laudo pode ser uma peça crucial para argumentar a favor da cobertura junto ao plano de saúde.

Com a negativa e o laudo médico em mãos, você pode apresentar um recurso administrativo à sua operadora de plano de saúde. Essa é uma solicitação formal para que a operadora reavalie a negativa. Inclua toda a documentação relevante, como exames, prescrições médicas e o laudo do seu médico.

Se o recurso administrativo for negado, você pode registrar uma reclamação na ANS. A ANS é o órgão regulador responsável por supervisionar os planos de saúde no Brasil e pode intervir em disputas entre pacientes e operadoras. Você pode registrar a reclamação pelo site da ANS, pelo telefone 0800 701 9656 ou em um dos Núcleos de Atendimento da ANS.

Se todas as tentativas administrativas falharem, você pode considerar entrar com uma ação judicial. A Justiça pode obrigar o plano de saúde a fornecer o tratamento necessário. É aconselhável procurar um advogado especializado em direito da saúde para orientá-lo nesse processo. Em muitos casos, decisões judiciais têm sido favoráveis aos pacientes, garantindo o direito ao tratamento.

Além da ANS, o Código de Defesa do Consumidor (CDC) também protege os direitos dos usuários de planos de saúde. O CDC proíbe práticas abusivas e a negativa injustificada de cobertura pode ser considerada uma prática abusiva. Órgãos de defesa do consumidor, como o Procon, podem ajudar na mediação de conflitos e na orientação sobre como proceder.

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A trombofilia é uma condição que pode causar complicações graves se não for diagnosticada e tratada adequadamente. É fundamental entender os sintomas, as opções de tratamento e as medidas preventivas para gerenciar essa condição de forma eficaz. 

Se você possui um quadro de trombofilia e o seu plano de saúde não cobre os exames necessários para o tratamento, é indicada a busca por um advogado especializado em direito da saúde.

 

O advogado especializado poderá analisar o contrato do plano de saúde e a legislação aplicável para verificar se há descumprimento por parte da operadora. Além disso, ele pode auxiliar na elaboração de uma ação judicial para garantir que o plano de saúde cumpra com suas obrigações legais e contratuais, cobrindo os exames e tratamentos necessários.

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