Quais são os direitos dos pacientes?

Descubra quais são os direitos de um paciente, como ter acesso à informações, e medidas legais para garantir esses direitos.

Os pacientes possuem uma série de direitos garantidos pela legislação, que visam assegurar um atendimento de qualidade, respeitando sua dignidade e individualidade. 

É fundamental que todos os pacientes conheçam esses direitos para poderem exigir o cumprimento adequado por parte dos profissionais de saúde e das instituições.

Os direitos do paciente

No Brasil, os direitos dos pacientes são protegidos por leis e regulamentações específicas, que visam assegurar a dignidade e autonomia dos indivíduos em tratamento, bem como garantir um atendimento de qualidade e seguro.

É essencial que os pacientes estejam cientes desses direitos para poderem exigir um tratamento adequado e se protegerem de possíveis abusos.

Além das informações mencionadas anteriormente, é importante ressaltar que os pacientes no Brasil também têm os seguintes direitos: 

  1. Direito à informação: os pacientes têm o direito de receber todas as informações necessárias sobre seu estado de saúde, diagnósticos, prognósticos, tratamentos disponíveis e possíveis riscos;

  2. Direito ao consentimento informado: os pacientes têm o direito de participar das decisões sobre o seu tratamento, dando ou não o seu consentimento após receber informações claras e compreensíveis;

  3. Direito à privacidade e confidencialidade: as informações sobre o estado de saúde do paciente devem ser tratadas de forma confidencial e só podem ser divulgadas com o consentimento do paciente, exceto nos casos previstos por lei;

  4. Direito de acesso à saúde e ao tratamento: todos os pacientes têm o direito de receber atendimento adequado, inclusive acesso a serviços de saúde, medicamentos e tratamentos necessários para o seu bem-estar.

  5. Direito ao sigilo e privacidade: o direito ao sigilo e à privacidade é fundamental para os pacientes, garantindo que todas as informações de saúde e dados sensíveis sejam tratados de maneira confidencial e protegida. 

  6. Direito a um acompanhante: o paciente tem o direito de indicar uma pessoa de sua confiança para acompanhá-lo durante todo o período de internação, de acordo com as regras da instituição de saúde. Este acompanhante pode ser um familiar ou qualquer outra pessoa escolhida pelo paciente, respeitando sua vontade e critérios pessoais.

  7. Direito à realização de exames: o paciente tem direito ao acesso a exames de diagnóstico e às informações sobre seu quadro de saúde. Este direito inclui a explicação sobre quais exames serão realizados, os riscos e benefícios envolvidos e os resultados obtidos.

  8. Direito à medicação adequada: os pacientes têm o direito de receber medicação adequada e necessária para seu tratamento, acompanhada de informações claras sobre os medicamentos prescritos ou administrados. É direito do paciente receber a receita com o nome genérico das substâncias, identificação nominal e registro numérico do médico responsável. No Brasil, a Política Nacional de Assistência Farmacêutica, conforme a Resolução nº 338/2004 do Conselho Nacional de Saúde, garante o acesso à medicação necessária através do Sistema Único de Saúde (SUS).

  9. Direito ao acesso a documentos e declarações: os pacientes têm direito ao acesso ao seu prontuário médico, que deve conter informações sobre seu histórico de saúde, evolução da doença, terapias adotadas e medicações administradas. Também devem ser disponibilizadas declarações e documentações relativas à sua condição de paciente, assegurando o respeito aos seus direitos.

  10. Direito ao pronto atendimento em emergências: todo indivíduo tem direito ao atendimento de emergência, respeitando a avaliação diagnóstica da equipe médica responsável. Em casos de emergência, as instituições privadas são proibidas de solicitar garantias de pagamento como condição para o atendimento, garantindo que os casos urgentes sejam prontamente atendidos, embora isso não signifique gratuidade dos serviços.

 

No contexto brasileiro, a Lei nº 8.080/90 estabelece as diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo o acesso universal e igualitário à saúde. 

Além disso, o Código de Ética Médica também orienta os profissionais de saúde sobre a conduta adequada no atendimento aos pacientes, reforçando a importância do respeito à autonomia e dignidade de cada indivíduo em busca de cuidados de saúde.

Onde encontrar informações sobre direitos do paciente?

Para buscar informações sobre os direitos do paciente, existem diversas fontes confiáveis que podem ser consultadas. 

Uma opção é procurar órgãos governamentais, como o Ministério da Saúde ou a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que possuem publicações e cartilhas com orientações sobre direitos dos pacientes. Além disso, é importante estar atento às organizações de defesa dos direitos dos pacientes, que disponibilizam materiais informativos em seus sites.

Além das fontes mencionadas, os pacientes também podem recorrer aos Conselhos Regionais de Medicina (CRMs) e aos Conselhos de Saúde, que têm como objetivo fiscalizar e regulamentar a prática médica, garantindo que os direitos dos pacientes sejam respeitados. 

Esses órgãos costumam disponibilizar em seus sites informações relevantes sobre os direitos e deveres dos pacientes no contexto da saúde pública e privada no país.

Outra alternativa interessante é participar de grupos de apoio e discussão sobre direitos dos pacientes, seja presencialmente ou online. Nessas comunidades, os pacientes podem compartilhar experiências, receber orientações e se manter atualizados sobre as últimas novidades relacionadas aos direitos do paciente no Brasil, criando assim uma rede de suporte e informação mútua.

Quais são os deveres dos pacientes?

Os direitos dos pacientes são amplamente discutidos e protegidos, mas é igualmente importante compreender que os pacientes também possuem deveres essenciais para assegurar um atendimento de saúde eficiente, seguro e colaborativo. Cumprir esses deveres ajuda a estabelecer um relacionamento harmonioso com os profissionais de saúde e contribui para o sucesso dos tratamentos. A seguir, destacamos os principais deveres dos pacientes:

Fornecer informações precisas e completas

Um dos deveres fundamentais dos pacientes é fornecer informações precisas e completas sobre seu estado de saúde, histórico médico, alergias, medicações em uso e outros detalhes relevantes. Isso inclui:

  • Histórico médico: informar sobre doenças pré-existentes, cirurgias anteriores, tratamentos em andamento e histórico familiar de doenças;

  • Sintomas e mudanças: comunicar claramente os sintomas que está experimentando e qualquer mudança significativa em seu estado de saúde.

Seguir as orientações médicas

Os pacientes devem seguir rigorosamente as orientações e prescrições dos profissionais de saúde. Isso envolve:

  • Adesão ao tratamento: tomar os medicamentos conforme prescritos, seguir as recomendações dietéticas e comparecer às consultas e exames agendados;

  • Comunicação: informar ao médico sobre qualquer dificuldade em seguir o tratamento ou efeitos colaterais dos medicamentos.

Respeitar os profissionais de saúde e as normas da instituição

O respeito mútuo é essencial para um atendimento de qualidade. Os pacientes têm o dever de:

  • Tratar com respeito: tratar os profissionais de saúde com respeito e consideração, valorizando o trabalho realizado por eles;

  • Seguir regras e normas: cumprir as regras e regulamentos da instituição de saúde, incluindo horários de visita, políticas de higiene e condutas adequadas dentro do ambiente hospitalar.

Participar ativamente no cuidado da saúde

Os pacientes devem ser proativos em relação ao próprio cuidado de saúde, o que inclui:

  • Tomar decisões informadas: participar ativamente das decisões sobre seu tratamento, fazendo perguntas e buscando entender todas as opções disponíveis;

  • Prevenção: adotar medidas preventivas recomendadas, como vacinas, exames de rotina e hábitos saudáveis.

Cumprir compromissos financeiros

Os pacientes são responsáveis por cumprir os compromissos financeiros relacionados ao tratamento, incluindo:

  • Pagamentos: realizar os pagamentos devidos pelos serviços de saúde, conforme acordado com a instituição ou plano de saúde;

  • Documentação: fornecer a documentação necessária para reembolsos e autorizações de tratamento.

Respeitar a privacidade de outros pacientes

Além de sua própria privacidade, os pacientes devem respeitar a privacidade de outros pacientes, evitando:

  • Interferência: evitar interferir ou incomodar outros pacientes, respeitando o espaço e a tranquilidade de cada um;

  • Confidencialidade: manter a confidencialidade das informações que possam ouvir ou ver sobre outros pacientes.

Relatar erros e preocupações

Os pacientes têm o dever de relatar quaisquer erros ou preocupações relacionadas ao seu atendimento. Isso ajuda a melhorar a qualidade dos serviços e a segurança dos cuidados. É importante comunicar qualquer insatisfação ou erro percebido à administração da instituição de saúde ou ao profissional responsável.

Como se proteger de planos de saúde abusivos?

Planos de saúde abusivos são uma realidade enfrentada por muitos pacientes. No entanto, existem medidas que podem ser tomadas para se proteger dessas práticas. 

Primeiramente, é fundamental ler atentamente o contrato do plano de saúde antes de assinar, verificando todas as cláusulas e condições presentes.Caso ocorra negativa de cobertura injustificada por parte do plano de saúde, o paciente tem o direito de recorrer às instâncias administrativas e judiciais existentes.

É importante manter todos os documentos, como negativas por escrito, laudos médicos e comprovantes de pagamento, que possam ser utilizados como provas em uma eventual demanda judicial.

Além disso, é essencial ficar atento aos prazos de carência estabelecidos no contrato do plano de saúde. A carência é o período que o beneficiário precisa aguardar para utilizar determinados serviços após a contratação do plano. É importante conhecer esses prazos e se programar para eventuais necessidades médicas dentro desse período.

Como um especialista em direito da saúde pode ajudar?

Um especialista em direito da saúde pode ser um grande aliado para os pacientes que necessitam defender seus direitos. Esse profissional tem amplo conhecimento sobre a legislação e pode orientar o paciente em relação às melhores práticas a serem adotadas, além de representá-lo em processos administrativos e judiciais, se necessário.

Inclusive, a sua vasta experiência na área pode ajudar a facilitar na tomada de decisões a respeito de qual o melhor caminho a se adotar em uma determinada situação. 

É importante ressaltar que a atuação do advogado especializado em direito da saúde vai além do aspecto jurídico. Esse profissional também pode atuar de forma preventiva, auxiliando na elaboração de contratos médicos, termos de consentimento informado e na análise de questões éticas relacionadas à saúde, contribuindo para uma relação mais transparente e segura entre pacientes e profissionais de saúde.

Estrutura legal para os direitos dos pacientes

O arcabouço legal que garante os direitos dos pacientes é composto por diversas leis e regulamentações, como por exemplo:

  • Constituição federal: estabelece os princípios gerais relacionados à saúde e à dignidade da pessoa;

  • Código de defesa do consumidor: estabelece as regras para o fornecimento de bens e serviços, incluindo os serviços de saúde;

  • Lei do sistema único de saúde (SUS): regulamenta o acesso à saúde no Brasil e estabelece os deveres do Estado e dos usuários;

  • Lei dos planos de saúde (Lei 9.656/98): regula a prestação de serviços pelas operadoras de planos de saúde;

  • Estatuto do idoso (Lei 10.741/2003): estabelece os direitos e garantias das pessoas idosas em relação à saúde;

  • Resolução do conselho federal de medicina (CFM) nº 1.701: define os direitos dos pacientes no âmbito da relação médico-paciente.

Além das leis mencionadas, os pacientes também contam com o Conselho Nacional de Saúde, órgão colegiado ligado ao Ministério da Saúde, que tem como objetivo formular estratégias e controlar a execução da política nacional de saúde. 

Algumas das suas competências estão descritas no  Decreto nº 5.839, de 11 de julho de 2006, dentre as quais destacam-se:

  • atuar na formulação de estratégias e no controle da execução da Política Nacional de Saúde, na esfera do Governo Federal, inclusive nos aspectos econômicos e financeiros;

  • estabelecer diretrizes a serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função das características epidemiológicas e da organização dos serviços;

  • acompanhar e controlar a atuação do setor privado da área da saúde, credenciado mediante contrato ou convênio;

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Cada paciente deve analisar as características do seu plano de saúde, verificar os prazos de carência, pesquisar sobre a reputação da operadora para garantir que todos os seus direitos sejam cumpridos. Caso perceba que alguma lei foi violada, não deixe de buscar orientação jurídica.

 

 

Conhecer e exercer os direitos dos pacientes é fundamental para garantir um atendimento de qualidade e respeitoso no Brasil. É responsabilidade de todos, pacientes, profissionais de saúde e gestores, trabalharem juntos para assegurar que esses direitos sejam respeitados e que o sistema de saúde atenda às necessidades da população brasileira.

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