A plagiocefalia é uma condição craniana que afeta bebês e crianças pequenas. Neste artigo, vamos abordar em detalhes o que é a plagiocefalia, suas causas, sinais e sintomas, diagnóstico, opções de tratamento e prevenção e a importância de um plano de saúde cobrir a plagiocefalia.
O que é a plagiocefalia?
A plagiocefalia é uma deformidade craniana que resulta em uma assimetria do crânio do bebê. Geralmente, a plagiocefalia ocorre quando a cabeça do bebê está constantemente apoiada em uma posição específica, como deitado de costas ou de lado por longos períodos de tempo. Isso pode levar ao achatamento da parte de trás ou de um dos lados da cabeça do bebê.
Essa condição pode ser classificada como plagiocefalia posicional ou plagiocefalia craniossinostose.
A plagiocefalia posicional é a forma mais comum e ocorre devido à pressão constante em uma área específica do crânio, não havendo fusão prematura das suturas cranianas. A plagiocefalia craniossinostose é uma condição mais rara, em que há a fusão prematura das suturas cranianas e pode requerer intervenção cirúrgica.
A plagiocefalia posicional é geralmente tratada com medidas não invasivas, como reposicionamento frequente do bebê durante o sono, uso de travesseiros especiais e fisioterapia. Essas abordagens visam aliviar a pressão sobre a área afetada e promover um crescimento craniano mais simétrico. É importante que os pais estejam atentos aos sinais de plagiocefalia e busquem orientação médica caso percebam alguma assimetria significativa na cabeça do bebê.
Quais são as causas da Plagiocefalia?
A principal causa da plagiocefalia é a posição constante da cabeça do bebê durante o sono ou quando deitado. Isso pode ocorrer quando o bebê passa a maior parte do tempo deitado de costas ou quando há preferência por uma posição específica. A plagiocefalia também pode ser causada por restrição de espaço no útero, posição intrauterina incorreta, prematuridade, músculos do pescoço tensos ou fracos e outras condições subjacentes.
Além desses fatores, é importante ressaltar que a plagiocefalia também pode estar relacionada a problemas de desenvolvimento neuromotor, como atrasos no desenvolvimento motor, que podem influenciar na forma como o bebê movimenta a cabeça e o pescoço.
Por isso, é essencial que os pais estejam atentos ao desenvolvimento motor de seus filhos desde os primeiros meses de vida, buscando orientação profissional caso identifiquem alguma alteração.
Outro aspecto a considerar é a importância de proporcionar ao bebê um ambiente adequado para o desenvolvimento, com estímulos sensoriais variados e oportunidades para explorar diferentes posições durante o dia, evitando assim a sobrecarga em uma única posição que pode contribuir para o desenvolvimento da plagiocefalia.
A interação constante com o bebê, estimulando-o a movimentar-se e explorar o ambiente ao seu redor, também é fundamental para o seu desenvolvimento, incluindo a prevenção de condições como a plagiocefalia.
Como é o diagnóstico da Plagiocefalia?
O diagnóstico da plagiocefalia é geralmente feito por um médico, como um pediatra ou especialista em craniofacial. O médico realizará um exame físico completo, avaliando a forma e a simetria do crânio do bebê. Em alguns casos, podem ser necessários exames de imagem, como tomografia computadorizada ou ressonância magnética, para avaliar com maior detalhe a estrutura craniana.
É importante procurar um diagnóstico preciso para determinar a causa da plagiocefalia e planejar o tratamento adequado, se necessário.
O exame físico para diagnosticar a plagiocefalia pode incluir a medição da cabeça do bebê, avaliando se há assimetrias significativas. Além disso, o médico também pode observar o posicionamento das orelhas e a proeminência da testa, características que podem indicar a presença desse tipo de deformidade craniana.
Em casos mais complexos, nos quais o diagnóstico não é claro apenas com o exame físico, a tomografia computadorizada ou a ressonância magnética são ferramentas essenciais para visualizar a estrutura óssea do crânio em detalhes. Esses exames fornecem informações precisas sobre a forma e a posição dos ossos cranianos, auxiliando no diagnóstico e no planejamento do tratamento.
Qual o tratamento para Plagiocefalia?
O tratamento da plagiocefalia depende da gravidade do achatamento craniano e da idade da criança. Em alguns casos, pode-se observar e fazer ajustes nas posições em que o bebê dorme ou fica deitado para ajudar a melhorar a assimetria craniana.
Para casos mais graves, podem ser recomendados dispositivos de reposicionamento, como capacetes ou faixas cranianas. Esses dispositivos ajudam a distribuir de forma mais uniforme a pressão sobre o crânio, permitindo um crescimento mais simétrico.
Além das opções de tratamento mencionadas, é importante ressaltar a importância da fisioterapia craniana no processo de correção da plagiocefalia. Através de técnicas específicas, os fisioterapeutas podem trabalhar para reequilibrar os músculos do crânio e do pescoço, auxiliando no reposicionamento adequado da cabeça do bebê.
Outra abordagem terapêutica que tem se mostrado eficaz em alguns casos é a osteopatia. A osteopatia craniana visa restabelecer o equilíbrio e a mobilidade dos ossos do crânio, promovendo uma melhora na forma e na função da cabeça do bebê.
O plano de saúde cobre tratamento para plagiocefalia?
A cobertura de tratamentos para a plagiocefalia por planos de saúde no Brasil pode variar consideravelmente, dependendo das especificidades do plano e das regulações vigentes.
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) é o órgão responsável por regular os planos de saúde no Brasil. Segundo o Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS, que lista os tratamentos e procedimentos que os planos de saúde são obrigados a cobrir, há coberturas obrigatórias que se relacionam indiretamente com o tratamento de condições como a plagiocefalia. No entanto, o tratamento específico para plagiocefalia, como o uso de órteses cranianas (capacetes), pode não estar explicitamente mencionado.
Embora a cobertura direta para órteses cranianas possa não ser obrigatória, os planos de saúde geralmente cobrem avaliações e tratamentos que podem incluir diagnóstico e acompanhamento com especialistas.
Isso pode envolver consultas com pediatras, neurologistas pediátricos e fisioterapeutas. Esses profissionais podem avaliar a extensão da condição e recomendar tratamentos, que podem ser parcialmente cobertos se houver indicação médica clara e justificada.
A cobertura para o tratamento de plagiocefalia pode enfrentar desafios, principalmente no que diz respeito ao uso de capacetes moldados. Muitos planos de saúde classificam esses dispositivos como ortopédicos ou estéticos, e por não serem vistos como essenciais, sua cobertura pode ser negada.
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Caso o plano de saúde negue o tratamento para plagiocefalia, é essencial que os pais ou responsáveis busquem apoio jurídico especializado. A plagiocefalia é uma condição que pode ter impactos significativos no desenvolvimento da criança, e a recusa do plano de saúde em cobrir o tratamento pode comprometer a saúde e o bem-estar do paciente.
Um advogado especializado em direito à saúde pode orientar sobre os passos a serem seguidos para contestar a negativa de cobertura, incluindo a elaboração de recursos administrativos e, se necessário, a abertura de uma ação judicial. Esse suporte jurídico é crucial para garantir que a criança receba o tratamento necessário e que seus direitos sejam respeitados.