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TogglePor Que Pequenas Empresas Pagam Mais Caro nos Planos Empresariais?
Se a sua empresa tem poucas vidas no plano de saúde e você sente que o valor aumenta muito mais do que o esperado, saiba que isso não é impressão. A maior parte das micro e pequenas empresas sofre reajustes altos, imprevisíveis e pouco transparentes.
Isso gera uma dúvida muito comum entre empresários:
“Por que eu, que só tenho 2, 3 ou 5 funcionários, pago tão mais caro do que grandes empresas?”
A resposta envolve fatores técnicos, matemáticos e contratuais que as operadoras raramente explicam com clareza. A boa notícia é que, quando esses reajustes fogem do razoável, existe caminho jurídico para reduzir o valor.
Neste artigo, você vai entender por que pequenas empresas pagam mais caro, quais mecanismos de reajuste tornam o valor desproporcional e como identificar sinais de abusividade no seu contrato.
O Problema dos Grupos Pequenos
As operadoras trabalham com um conceito chamado “diluição de risco”. Quanto maior o grupo de beneficiários, menor o impacto individual dos gastos médicos. É por isso que grandes empresas conseguem planos mais estáveis e vantajosos.
Mas quando o plano tem apenas 2, 3, 5 ou 10 vidas, qualquer evento médico uma internação, um exame mais caro, uma cirurgia já faz o índice de custo disparar.
Para se proteger, a operadora acaba aplicando reajustes muito maiores nesses grupos pequenos. O problema é que esse cálculo costuma ser:
- pouco transparente
- difícil de verificar
- maior que a média de mercado
- em muitos casos, desproporcional.
O resultado é que o pequeno empresário acaba financiando o risco sozinho, como se não tivesse “força de grupo”.
Sinistralidade: O Vilão dos Pequenos Negócios
Nos planos empresariais, o principal fator de aumento é o reajuste por sinistralidade. Ele é calculado a partir da relação entre:
- quanto o grupo gastou no período
- quanto pagou em mensalidade.
O problema é que, em grupos pequenos, esse cálculo é extremamente sensível. Veja um exemplo:
Se sua empresa tem 4 vidas e um funcionário fez uma internação de R$ 30 mil, isso sozinho pode gerar um reajuste de 20%, 30% ou até mais.
Além disso, várias operadoras:
- não explicam a fórmula utilizada
- não apresentam relatórios completos de gastos
- nem justificam por que o índice aplicado é tão alto.
Essa falta de clareza aumenta o risco de abusos contratuais que podem e devem ser questionados judicialmente.
Por Que Falta Transparência nos Reajustes?
A ANS regula vários aspectos do setor, mas não controla diretamente os reajustes dos planos empresariais. Isso faz com que:
- cada operadora aplique sua própria fórmula interna;
- não exista um teto definido para esses aumentos;
- as informações prestadas ao consumidor sejam limitadas.
Em resumo, as empresas ficam “no escuro” e só descobrem o aumento quando a fatura chega muitas vezes fugindo completamente da realidade financeira do negócio.
Essa falta de transparência abre margem para elevar o valor acima do razoável, o que caracteriza reajuste abusivo.
O Risco do “Falso Coletivo”
Muitas pequenas empresas são colocadas em planos empresariais que, na prática, funcionam como planos coletivos por adesão disfarçados. Isso costuma ocorrer em planos de:
- 2 a 5 vidas
- CNPJ recém-aberto
- planos vendidos sem comprovação robusta de atividade empresarial.
Esse tipo de contratação é considerado “falso coletivo” e já foi reconhecido pelo Judiciário em diversos Estados. Quando isso acontece, o plano pode ser tratado como um plano individual, aplicando:
- regras mais rígidas
- reajustes mais baixos
- e proteção maior ao consumidor.
Em outras palavras: o que parece ser um plano empresarial pode estar mascarando um contrato totalmente desequilibrado.
Como Reduzir o Custo do Plano Empresarial
Se a sua empresa vem enfrentando aumentos muito acima da média, existe um caminho prático para analisar e corrigir o problema.
1. Reúna os documentos
Você vai precisar de:
- boletos antigos e atuais
- comunicados de reajuste
- proposta contratual
- relatórios de sinistralidade (se houver).
2. Solicite análise jurídica do contrato
O advogado especialista consegue identificar rapidamente se o reajuste está acima do razoável, se existe “falso coletivo” ou se o cálculo da operadora é desproporcional.
3. Avalie a possibilidade de ação revisional
Quando há abusividade, é possível pedir judicialmente:
- redução imediata da mensalidade por liminar
- substituição do índice aplicado
- restituição do que foi pago a mais
- manutenção da cobertura e das carências.
Assim, sua empresa continua protegida, mas pagando um valor que realmente faz sentido.
Perguntas Frequentes (FAQ)
Planos com poucas vidas realmente pagam mais caro?
Sim. Quanto menor o grupo, maior o impacto individual do uso do plano. Isso faz as operadoras aplicarem reajustes mais elevados para compensar o risco.
É normal reajustes acima de 20%, 30% ou 40%?
Apesar de comuns, esses aumentos muitas vezes são desproporcionais e podem ser considerados abusivos, especialmente quando a operadora não demonstra claramente como chegou ao índice.
A Justiça pode reduzir o valor do plano empresarial?
Sim. Quando o reajuste é abusivo ou quando o contrato se enquadra em “falso coletivo”, a Justiça pode corrigir o valor, garantir liminar e manter todas as condições do plano.
